sábado, 3 de janeiro de 2009

RETRÔ – Um ano e tanto...


Esse foi um ano e tanto na minha vida. Poderia enumerar enes emoções fortes que passaram pela minha cabeça, entre tantas merdas vindas de gente que não merece uma linha de menção, contrastando com outras que foram maravilhosas e me deixaram uma esperança de dias melhores.

Não temo a vida, nem a minha morte, mas temo pela vida das pessoas que amo e aquelas que admiro, pois sei que a dor da perda é incomensurável . Em 2008 ratifiquei o meu amor pela minha esposa, que se transformou não só na mãe dos meus filhos e mulher, mas minha amiga e companheira. Dividindo diálogos, entre alegrias e decepções envolvendo filhos, estudos, trabalho e pressões de doenças e stress, ainda assim conferindo a magia (boa) de uma relação que durante anos navegou como uma nau perdida até encontrar a sua direção e aportar no porto da compreensão. Uma relação de vinte anos (Meu Deus, que ela não leia isso, se não....), e ainda a amo cada vez mais.

Encontrei uma velha conhecida que se transformou numa amiga inesperada, que me assombrou com sua alegria e me contagiou com os seus segredos de menina. Até mesmo lhe homenageie com uns versinhos (estão no post aí embaixo). Espero perpetuar essa amizade que levou muito tempo para acontecer.

Um grande e largo sorriso ao meu irmão de afinidades, Humberto, que esconde na capa cearense um legítimo italiano de Bologna, que continua mais cinéfilo do que nunca e já dominou por completo o terreno do rodízio do Casa Bela. Muitas histórias do meu grande amigo.

Não prolongo o tempo de nostalgia pois esse foi um ano fudido pra mim, pois enfrentar a vida de cara limpa demanda trabalho, trabalho e trabalho. Criar filhos, estudar com eles e para eles, controlar ansiedade e buscar um espaço nesse mundo tão digital. Configurar o meu N95 para estabelecer um novo canal de vigília jornalística (Bluetooth, GPS e net) e desbravar caminhos por onde ainda não havia passado.

Ser jornalista às vezes é muito bom, ser testemunha de uma transformação cultural e social, trabalhar numa cidade onde existe uma “repovoação” por causa do êxodo empresarial e industrial causado pela Usinas do rio Madeira, que injetam um ânimo crescente e revolucionário na economia local. Que tal então vislumbrar o primeiro shopping Center do Estado – Porto Velho Shopping –, com a estrutura, capacidade e opções que um verdadeiro shopping pode oferecer – até nos preços salgados de algumas lojas e estabelecimentos que integram a praça de alimentação.

Mas foi um ano que aprendi a ver que a administração pública não é nenhum engodo, é uma enganação. Com tantas denúncias, processos ocorrendo na esfera jurídica, a administração municipal de Porto Velho continua um caos. Impressionante como ocorre acintes de natureza pública que contrariam a lógica em vista da governabilidade municipal em Porto Velho (quer saber mais, clica AQUI).

Cara, 2008 foi o ano em que o meu filho mais novo, Mateus, quebrou o braço no dia do aniversário dele, brincando no pula-pula. Foi também o ano em que o meu filho mais velho, Gabriel, descobriu o prazer da leitura com a coleção Goosebumps (série de livros de terror ficção para crianças escrita por R.L. Stine).

A minha paixão pelos quadrinhos se solidificou ainda mais com alguns lançamentos da Marvel e DC, mas, por incrível que pareça, eu que sou Marvete desde menino, me deliciei mais com os lançamentos da DC, ainda que seja só os encadernados – a coleção Crônicas de Batman e Superman, além da fase do desenhista Neal Adams com o Homem-Morcego, que saiu num encadernado de capa dura. Mas Marvete é Marvete, a saga “Guerra Civil” envolvendo os super-heróis da Marvel foi algo surpreendente, apesar de eu achar que o último capítulo da minissérie poderia ter um impacto maior, não desmerecendo o trabalho do roteirista Mark Millar (estou na expectativa que a editora Panini lance logo o encadernado de Os Supremos Vol. 2, de Millar e de Bryan Hitch – Os Supremos Vol, 1 foi para mim o melhor gibi da década, que nem acabou ainda). Mas o ##mais surpreendente de tudo foi ver o roteirista Ed Brubaker matar o Capitão América, um ícone dos quadrinhos, com uma singularidade de história espetacular, pois a força das ações e das conseqüências do que foi a Guerra Civil resultou numa combinação exemplar do que ele, Brubaker, já vinha fazendo na revista solo do Capitão. Surpreendente mesmo.

Se tivesse que escolher escritores de gibis que me fizeram alegria esse ano poderia descerrar um leque de gente talentosa, como Brian Michael Bendis (que ao lado do Mark Millar, continua sendo a força motriz da Marvel, ótimos momento com ultimate Homem-Aranha e Os Vingadores), Millar (“Guerra Civil” tem seus momentos incríveis, apesar do final chocho – Capitão América entregando os pontos na luta final para o Homem de Ferro, foi phoda de aguentar, mas olha só que manipulação escrota que leva o leitor a torcer pela minoria perseguida no épico, contrária ao registro de super-heróis), Joss Whedon (o criador de Buffy, que mandou muito bem no seu período na Marvel, será que algum fã dos X-Men vai esquecer as suas duas temporadas a frente dos super-heróis mutantes? Astonishing X-Men foi o grande gibi mutante dos últimos anos), Geoff John (caramba, o cara sabe tudo da cronologia da DC Comics, sem contar que ele é o maior talento da editora a frente de títulos e personagens icônicos como Super-homem, Lanterna Verde e Sociedade da Justiça. Espero que ele nunca saia da DC, pois é ainda um dos poucos que me fazem querer ler o que a editora tem publicado, que o diga a saga dos anéis do Lanterna Verde - fantástica), Grant Morrison (esse escocês é foda, escreve muito, mais quantidade que qualidade, mas, convenhamos os 12 gibis de “Grandes Astros - Super-homem” são brilhantes - em especial a de número 10 -, apesar de detestar maxissaga “Os Sete Soldados da Vitória”) e J. Michael Straczynsky (polêmico escritor que fez do Homem-Aranha um laboratório de experimentações radicais, por vezes indigesta e outras brilhantes, mas, convenhamos, o cara tem que ter muito culhão para fazer o que fez com o herói aracnídeo no arco Um dia a mais” - One Moore Day -, fazer um trato com Mefisto e apagar da memória a relação com Mary Jane, trazendo de volta sua identidade secreta e voltando a utilizar o recarregador de teias, substituindo a teia orgânica – só os fãs puristas passaram incólumes por essa mudanças).

Entre os artistas não tem muito o que falar das artes fantásticas de Ivan Reis e Frank Quitely (DC) ou de John Cassaday, Mike Deodato, Steve McNiven e John Romita Jr. (Marvel).

Para fechar esse tópido de quadrinhos só posso dizer que o mix do ano para mim foi, definitivamente, “Pixel Magazine, ler o maravilhoso material do selo Vertigo e da Wildstorm num único gibi é fantástico.Planetary, de Warren Elis e John Cassaday foi uma experiência radical. Que conceito! Que histórias! Que arte!

Nos cinemas vou fechar com o filme que me trouxe um raio de luz nas adaptações de quadrinhos, O Cavaleiro das Trevas, foi das melhores coisas que eu vi esse ano. Se alguém negar a interpretação fantástica de Head Ledger ignore.

Na TV eu não vi quase nada que de fato me interessasse, até mesmo pela falta de tempo, pelo espaço pouco me dado pelos meus filhos, que monopolizam a TV. Mas, vá lá, a novela A Favoritame surpreendeu, tenho que tirar o chapéu para o João Emanuel Carneiro. Não esperava grande coisa não, mas as viradas e ganchos foram bem sacados e, convenhamos, deste quanto tempo tínhamos uma vilã tão fria, inteligente, louca e cativante como Flora (Patrícia Pilar num de seus grandes momentos da TV, deve ganhar todos os prêmios da crítica). Rever a tediosa, mas linda Pantanal”, foi constatar que a Manchete fez história na TV brasileira. Mas os meus programas favoritos, infelizmente não passam na TV aberta, portanto o meu canal favorito esse ano foi o Discovery Channel, com os programa “À Prova de Tudo” – fico imaginando o que é que ainda falta o ex-mariner
britânico
Bear Grylls, em sua cruzada solitária pelo mundo, comer de diferente?

Livros, comprei um monte, me pergunte quantos eu li. Humm. Pois é, só um terço do que adquiri, cerca de cinco e para piorar (no bom sentido), três eram do Charles Bukowski, que fazem parte da coleção Pocket Book da L&PM. Claro, fora coletâneas como “Os 1001 Discos...”, “Os 1001 Filmes...”, “Dicionário do Cinema”, livros teóricos de quadrinhos. Enfim.

Mas foi um ano bacana, chato, alegre, de descoberta, auto-descoberta, sorrisos, lágrimas e tudo girando em volta da diversão, do lazer, da família e do trabalho. Espero que para 2009 encontre o dobro do prazer que eu tive em 2008 e menos das tristezas que sofri. Mas creio em Deus, na paz soberana e que nem todas as mortes trágicas (Santa Catarina, Faixa de Gaza, Iraque, Darfur, entre tantos) sejam motivos para que eu fique mais estarrecido com a (falta de) humanidade pós-início do século 21. Só lembrando, a temperatura no planeta aumentou mais um grau.

Transcomopolitanationmix volta a qualquer momento.

Nenhum comentário: