sábado, 4 de outubro de 2008

A ambigüidade do desejo


Eu tenho um desejo, tão íntimo e secreto que discorre um pecado. Na definição sobre o desejo eu me encaixei na representação filosófica, onde é uma tensão em direção a um fim considerado pela pessoa que deseja como uma fonte de satisfação. É uma tendência algumas vezes consciente, outras vezes inconsciente ou reprimida (santa definição do Wikipédia).

Porém é querer íntimo o desejo de andar por campos desconhecidos, mas o temor velado me leva a crer que apesar de toda a responsabilidade que isso me lega, não saberia reprimir a tal ponto de evitar o pecado.

O cheiro, o toque, o perfume, a tez da pele alva sobre o meu corpo, em lânguida troca de carícias. É como poesia proibida.

Como pode isso? Ambigüidade é desejo proibido com prazer consciente. Mas seria essa consciência perniciosa como paixão pela vida e suas conseqüências?

Dúvidas. Até quando?

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

INTERVALO - Helmet ao vivo (Apocalipse no palco)

Entre o início e meados da década de noventa três bandas comandaram a explosão extrasensorial musical  dos headbangers. Era o áudio da versão ultratrash da trilha do Apocalipse (referência ao filme de Francis Ford Coppola). A saber, Ministry, Sepultura e HELMET. 
Tire as crianças da sala, tome um Gadernal (alô Léo - Lendas do Rock!), prepare a cabeça pra sacudir e a guitarra imaginária. Sim, aumente o volume no máximo e confira a versão matadora, ao vivo, da música "Meantime", de Helmet. O piso vai tremer.


quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Um candidato em potencial: Braçal





Impressionante como Rondônia funciona como um microcosmo da política nacional, pelo menos no que de pior tem a oferecer – que o diga os reinados opulentos de corrupção da Assembléia Legislativa do Estado de Rondônia da década de 90 para cá, que acabou culminando na Operação Dominó. Em época de eleição municipal, com um “catatau” de candidatos a vereadores, eu encontrei um que vale estar lá na Câmara Municipal de Porto Velho, lutando pelos direitos do cidadão, com um brado forte de oposição à atual situação petista, configurada no superestimado Roberto Sobrinho, o homem das obras paradas. Eliaz Ferraz, o “Braçal”, boxer, que mantém um programa de assistência social na zona Leste da capital, recuperando crianças da rua, e que, nada contra a maré do conformismo e da preguiça daqueles que sobrevivem da Bolsa Família e acreditam piamente que a regularização fundiária é um benefício popular de rara benfeitoria em tempos de vacas magras sociais – o “uso-campeão (sic)” é brincadeira de mau gosto.

Para minha infelicidade o Eliaz Ferraz não é candidato, protesta sozinho contra a situação petista, pelas principais avenidas de Porto Velho, com uma faixa onde retrata o seu inconformismo contra o desdém com o erário da atual administração. O cara tem peito, ainda que bem acompanhado de um belo porrete, ele desafia as “formiguinhas” do PT. O seu protesto solitário em meio a turba de tubarões “vermelhos” é uma maravilha real do cotidiano portovelhense.

"Prendam o Sobrinho... É muito roubo... O povo não merece isso”, aponta a faixa que carrega “Braçal” em seu protesto solitário pelas principais vias da capital rondoniense, desafiando “formiguinhas” do PT e até a polícia, que cerceou a sua condição de cidadão e da livre expressão de pensamento. O protesto foi realizado na tarde de terça-feira (30) no cruzamento das avenidas Jorge Teixeira com a Carlos Gomes, próximo à rodoviária e durou pouco tempo por causa das ditas “formiguinhas” que se sentiram incomodadas e depois com a polícia, acionada para retirar “Braçal”, sob a alegação de que ele seria preso é levado para a Central de Polícia caso não provasse o que estava escrito na faixa a respeito do candidato (“É muito roubo...”). Lascou tudo então, prendam a imprensa séria que quase todos os dias apontam irregularidades em obras que acontecem na capital sob a égide municipal e que acabam resultando em denúncias de moradores, muitos prejudicados com tamanho acinte em relação ao erário municipal e federal – por si só, casos de polícia.

COMO EXPLICAR ISSO ENTÃO (clique nos links):

Falhas de projeto da Prefeitura colocam em risco obra de interligação dos bairros Balsa e Nacional em Porto Velho – Confira fotos

Desastrada obra da Prefeitura no bairro Nacional vira peça de investigação do Ministério Público – Confira vídeo

DENÚNCIA - Morador vai ao MP denunciar obra realizada em praça de Porto Velho - Confira Vídeo

Adjunto da Semob manda derrubar área de lazer de residência que ainda está em trâmite na Justiça – Confira fotos e vídeo

Comício "Fora de época" - Ninguém sabe quem liberou alunos, nem quem fretou ônibus para assistir Roberto Sobrinho fazer campanha antecipada

Eu sei que na Constituição Brasileira no Capítulo referente dos “Direitos e Deveres Individuais e Coletivos” em seu Art. 5º no parágrafo IV diz: “é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato”, o que se completa no parágrafo VIII: “ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;”

Será que a liberdade de se expressar o cidadão tem direito? Por isso, pelo sim, pelo não, quando for o momento, “Braçal” para vereador.