sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Alfredo Alcala - Gênio filipino dos quadrinhos


Caso o mundo tivesse um museu com os maiores artistas dos quadrinhos de todos os tempos, Alfredo Alcala teria uma sala de honra com todo o seu acervo. Alcala foi o melhor arte-finalista do grande desenhista John Buscema, quando este desenhava Conan, o bárbaro. Mas Alcala era um pontente artista de multirecursos no uso de sombras e luz. Nunca vi alguém gastar tanta tinta nanquim quanto ele. Falecido em 08 de abril de 2000, Alfredo Alcala nasceu em Talisay (Filipinas), e fez trabalhos inesquecíveis para as duas grandes editoras mais importantes do EUA, Marvel e DC Comics - o seu trabalho para o Monstro do Pântano, na época de Alan Moore, é sensacional. Segue abaixo uma série de trabalhos do mestre.

Note os detalhes dos traços, o uso notável das sombras e a precisão milimétrica no que ele trabalhava com os backgrounds. Para ver melhor cada figura clique em cima uma vez.













segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Woodstock e a minha idade




Nasci há quarenta anos, em janeiro de 1969, naquele mesmo ano, nos dias 15, 16, 17 e 18 de agosto foi realizado o maior Festival de música de todos os tempos, na cidade rural de Bethel, em Nova Iorque (EUA), em uma fazenda de 600 acres, que mas parecia um misto de pastagem e pântano. Intitulado como "Uma exposição aquariana: 3 dias de paz e música", o Festival de Woodstock foi o ponto culminante na ruptura dos valores comerciais e ditos de moda para o que se convencionalizou chamar de contra-cultura. Se ela tinha um importante referencial para a juventude dos anos 60, que apesar da revolução de comportamento que provocavam em vista da situação política, social (eram anos de revolução total, da promulgação dos direitos civis a favor dos negros nos Estados Unidos), ainda havia a guerra do Vietnam e a Guerra Fria, sem contar a Primavera de Praga e a transformação do livro vermelho de Mao na mentalidade política. Claro, havia as experiências extrasensorias provocadas pelo consumo intenso de drogas e substâncias entorpecentes, como: LSD, maconha, peyote, heroína e cocaína.

Mas havia também a música, causadora maior da transformação nos jovens naqueles anos dourados da contra-cultura.

O Festival de Woodstock era um evento único, mas, ao mesmo tempo, catártico, uma celebração não só do paz e amor, mas de propagação das transformações que o mundo passava por aquela época.



Se você quer saber os detalhes minuciosos de todo o festival basta clicar AQUI.

Mas o interessante é que nunca fui um entusiasta do Festival quando era adolescente e via amigos meus delirando, falando do evento como tivessem vivido o fato, tentava compreender a real importância do que eles falavam com tanta reverência. Curioso, aprendi a gostar do festival como um mega-evento de música e não pela sua importância histórica no âmbito comportamental, até mesmo porque dos muitos artistas que estavam presentes no palco, apenas alguns me interessavam de fato, até mesmo por uma questão de gosto pessoal, como: Creedence Clearwater Revival, Janis Joplin, The Who, Joe Cocker, Neil Young e Jimi Hendrix. O notório é que circulava um filme pirata em VHS do documentário de Michael Wadleigh, e que fazia a cabeça do pessoal. Aquele horror de gente amontoada na platéia e aquelas imagens de hippies, gente nua, tomando banho em uma lagoa e/ou brincando na lama. Era de flores e símbolos da paz. Rock, soul, folk, funk, blues e música latina. Woodstock era um caldeirão de sensações e emoções.

Na minha flor de idade juvenil o meu esforço foi comprar o álbum triplo da Atlantic Records, com as apresentações de boa parte da prole artística que fez história naquele evento. Ouvi demais Joe Cocker e Jimi Hendrix. Suítes inteiras do Sly & The Family Stone de funk e rock, eram notáveis. Ainda hoje mantenho os vinis guardados a sete chaves no meu quarto. O álbum já era precioso pelo projeto gráfico caprichado para guardar os três discos, com aquela foto gigantesca no miolo, que abrangia palco e público numa interação mítica, quase orgânica.

Se é uma data representativa? Ela consta como um dos eventos chaves da cultura popular no mundo da música, é um evento clássico, histórico e notório no comportamento, representando uma época de revolução e aprendizado. Sem contar que como eu completou 40 anos.