segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Woodstock e a minha idade




Nasci há quarenta anos, em janeiro de 1969, naquele mesmo ano, nos dias 15, 16, 17 e 18 de agosto foi realizado o maior Festival de música de todos os tempos, na cidade rural de Bethel, em Nova Iorque (EUA), em uma fazenda de 600 acres, que mas parecia um misto de pastagem e pântano. Intitulado como "Uma exposição aquariana: 3 dias de paz e música", o Festival de Woodstock foi o ponto culminante na ruptura dos valores comerciais e ditos de moda para o que se convencionalizou chamar de contra-cultura. Se ela tinha um importante referencial para a juventude dos anos 60, que apesar da revolução de comportamento que provocavam em vista da situação política, social (eram anos de revolução total, da promulgação dos direitos civis a favor dos negros nos Estados Unidos), ainda havia a guerra do Vietnam e a Guerra Fria, sem contar a Primavera de Praga e a transformação do livro vermelho de Mao na mentalidade política. Claro, havia as experiências extrasensorias provocadas pelo consumo intenso de drogas e substâncias entorpecentes, como: LSD, maconha, peyote, heroína e cocaína.

Mas havia também a música, causadora maior da transformação nos jovens naqueles anos dourados da contra-cultura.

O Festival de Woodstock era um evento único, mas, ao mesmo tempo, catártico, uma celebração não só do paz e amor, mas de propagação das transformações que o mundo passava por aquela época.



Se você quer saber os detalhes minuciosos de todo o festival basta clicar AQUI.

Mas o interessante é que nunca fui um entusiasta do Festival quando era adolescente e via amigos meus delirando, falando do evento como tivessem vivido o fato, tentava compreender a real importância do que eles falavam com tanta reverência. Curioso, aprendi a gostar do festival como um mega-evento de música e não pela sua importância histórica no âmbito comportamental, até mesmo porque dos muitos artistas que estavam presentes no palco, apenas alguns me interessavam de fato, até mesmo por uma questão de gosto pessoal, como: Creedence Clearwater Revival, Janis Joplin, The Who, Joe Cocker, Neil Young e Jimi Hendrix. O notório é que circulava um filme pirata em VHS do documentário de Michael Wadleigh, e que fazia a cabeça do pessoal. Aquele horror de gente amontoada na platéia e aquelas imagens de hippies, gente nua, tomando banho em uma lagoa e/ou brincando na lama. Era de flores e símbolos da paz. Rock, soul, folk, funk, blues e música latina. Woodstock era um caldeirão de sensações e emoções.

Na minha flor de idade juvenil o meu esforço foi comprar o álbum triplo da Atlantic Records, com as apresentações de boa parte da prole artística que fez história naquele evento. Ouvi demais Joe Cocker e Jimi Hendrix. Suítes inteiras do Sly & The Family Stone de funk e rock, eram notáveis. Ainda hoje mantenho os vinis guardados a sete chaves no meu quarto. O álbum já era precioso pelo projeto gráfico caprichado para guardar os três discos, com aquela foto gigantesca no miolo, que abrangia palco e público numa interação mítica, quase orgânica.

Se é uma data representativa? Ela consta como um dos eventos chaves da cultura popular no mundo da música, é um evento clássico, histórico e notório no comportamento, representando uma época de revolução e aprendizado. Sem contar que como eu completou 40 anos.

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