sábado, 19 de setembro de 2009

Ode triste para uma canção bonita de solidão

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Era tão sozinha em sua beleza involuntária
Caminhava com calma sobre a chuva fina do final de tarde
E a passos lentos imaginava que mundo era esse
Que mundo mundano transformava seus medos
Em monumentos intransponíveis de alegria e rejubilo
Não sentia encanto...
Mas caminhava, chutava com os pés descalços as poças
E o tempo parecia ligeiro
Rápido demais para o que ainda estaria por vir
Não sorria, não sentia, não chorava, apenas caminhava
E tinha também as lembranças
As dores nunca esquecidas
Os falsos elfos da infância vivida
E os rostos amigos, das crianças em flashes
As mãos trêmulas, o coração palpitante
A boca seca e o frio na barriga...
Poderia ser um beijo e nada demais, assim como também
Poderia ser correspondida pelos olhares perdidos da timidez
De alguém tão próximo.
Queria poder lembrar mais, sentir as mesmas emoções
Da inocência, das primeiras experiências
E tudo, o mundo poderia estagnar, parar o seu tempo
Queria harmonia do viver com o desejo realizado do querer
Ainda sim, sabia, tudo poderia se um sonho bom, ou em seu extremo
Um pesadelo infindável... De dor e solidão
Como agora, onde tudo parecia longe... sobre a chuva fina
O frio era o calor da companhia que lhe foi oferecida
Ainda que pudesse sentir sob os pés, o chão frio, os pedregulhos mais salientes
A dor física era momentânea diante da real agonia que vivia
Tão nova, tão linda, tão poema, tão, tão... E nada disso fazia sentido
Um vazio desumano dilatado em emoções intensas
Na beira de uma síncope de emoções presas, desguarnecidas
Ebulidas e presas como um espasmo diletante.
É vida tão pequena, mas tão cheia de momentos particulares...
Descritos em fracassos amorosos, amigos distantes e tormenta...
No final de sua caminhada... com as gotas de chuvas rareando sobre o corpo
Acolheu um suspiro de nostalgia e sabia que no fundo tudo era momento...
Tempo, e que o tempo que estava na sua ampulheta emocional já havia se esvaído
Como a areia fina...
Nem tudo era tristeza, havia ainda um futuro, mesmo que incerto, mas era sua força
E suspirou novamente... Arfou cansada e se deixou navegar por micro imagens
Sensações almagamadas em nostalgia e deliberou em sua mente que era
Uma questão de saber caminhar, reerguer e continuar sempre em frente...
Sozinha... Talvez, mas forte para continuar a caminhada.